Tava recortando umas coisas (sim, recortando) no trabalho (sim, no
trabalho) e algum botão de Start foi pressionado no meu cérebro. Ele começou a
viajar pelo tempo, passando por tantos temas, pessoas, sentimentos...
Levou tanto tempo pra voltar que quando voltou eu fiquei uns segundos
aturdida pensando onde eu tinha estado.
Perambulei por aí me perguntando como uma coisa que se chegou a cogitar
chamar de amor – ainda que fosse só carinho – vira esse nada. Como uma coisa
grande vira fotos apagadas, telefones deletados, facebook bloqueado? Como tudo
termina com você não sentindo nada de bom pelo que passou? Talvez seja melhor
assim pra recuperação emocional, mas é como não ter sobrado uma mísera consideração
pelo que houve de bom. Sabe aquele ‘olhar pra trás’ e sorrir? Não existe isso.
Não que eu ache que eu vá passar inatingível e/ou indolor nos próximos
encontros, afinal um coração tem memória. Colocando em uma balança, é injusto
as coisas terminarem mal, embora se continuasse a ‘amizade’ jamais iria
efetivamente terminar. Como pesar do jeito certo? Só... pensamentos que me
ocorreram.
Aí, depois disso, pulei pra um tópico sobre o qual ninguém vai chegar a
nenhuma conclusão nunca: porque a gente gosta de quem gosta? Mesmo que não tenha
nada a ver, que a razão diga que vocês são de mundos (de cidades) diferentes, que
os olhos vejam que tem gostos opostos, que a cabeça perceba que tem personalidades
que não batem, que o destino determine que ele vai embora em 2 meses. Essas paixões
que vão embora... recorrentes e intrigantes. Volta-se para o sentimento de ‘depois
de tudo’: aquele por quem você não se apaixonou, mas encantou pela beleza,
permaneceu guardado embebido naquele carinho bom, naquela nostalgia, naquele ‘olhar
pra trás’ com um sorriso.
E aquele outro, pelo qual você realmente sentiu alguma coisa... cadê? Não
sobrou nada, só sobrou a certeza que não quer mais, que passou, ficou pra trás.
Não foi suficiente nem pra se dar o trabalho de sair e tomar um chope pelos
velhos tempos. Mal e mal um cumprimento, um abraço desajeitado. Uma parte do
espelho que não reconheceu a imagem, que uma vez se refletiram tanto.
Talvez seja o sufocar do sentimento que acabe causando isso. Sufoque o
que há de ruim, mas pague o preço: pague não lembrando o que houve de bom. É uma
pena porque esse carinho é tipo um acalento, uma inundação de calor no peito. É aquele post que ficou nos rascunhos. E
é bom sentir isso. Acho que é um daqueles sentimentos que me move e que eu sempre digo
aqui: é emoção, comoção. Eu me acho um ser tão melhor apaixonada. Acho que
estive apaixonada por tanto tempo ultimamente que não sei mais como não estar. Balança
de novo: ao mesmo tempo que acho que alguém vai ter que fazer muito pra me ‘pegar’
de novo, tenho medo de pisar em falso e cair de amores logo. E errar.
Diz o sábio: “Se você não está errando sequer está tentando”.
Talvez domingo eu volte diferente. Tomara, desde que seja pra melhor.
(Deletei um post sem querer, merda!)