25 de abr. de 2012

Fome

 Você é uma artista da fome? Eu não era, mas me tornei. Explico, sim. “Um artista da fome” é um conto de Franz Kafka com mil desdobramentos. Mas vamos nos ater apenas a toscas pinceladas: ele expõe a história de um jejuador profissional, uma atração de circo, que um dia, mesmo sem precisar manter seu jejum, o mantém e morre. Suas últimas palavras são sobre por que passou a vida inteira jejuando: “Eu não pude encontrar o alimento que me agrada. Se eu tivesse encontrado, pode acreditar, não teria feito nenhum alarde e me empanturrado como você e todo mundo.”

Antes eu não era uma artista da fome, eu não jejuava: me virava com o que tinha, com o que dava, com o que parecia possível, com o que talvez me alimentasse. Talvez foi meu pão e vinho, (...), por muito tempo.

Então, a cada grão de areia a menos na ampulheta, sem premeditar, sem sequer desejar, eu fui me tornando uma artista da fome: não consigo me empanturrar como todo mundo (quem se empanturra não saboreia) e até mesmo esses nacos de carne que me garantiam alguma sobrevivência se tornaram intragáveis.

Nunca encontrei um alimento que me saciasse e é por isso que me tornei uma retirante emocional. Eu sempre vou embora – às vezes eles vão antes. Afinal, eu não quero um milhão de coisas, só quero aquela coisa especial: amor. No amor cabe tudo. E é de tudo, portanto, que eu tenho fome.


Adaptado - Stella Florence

14 de abr. de 2012

Eu não posso fazer você me amar

Conclusões, yes!

Impossível não postar depois das conversas de quinta, que complementaram as de ontem e mais os pensamentos de hoje. A esperança é burra sim. Ela se apagou aqui dentro, posso dizer que ainda está em brasa, mas não dá pra acreditar mais no curso correto e natural das coisas. Deixar de acreditar nisso é deixar tudo em brasa, toda e qualquer esperança de sentir o que eu tanto transpiro desejar sentir.

Estou vendo o dvd da Adele pela primeira vez e é sensacional. Descobri uma música que eu não conhecia da qual vou compartilhar umas passagens aqui. Mas, fora isso, fiquei pensando no que a música fez com ela. No que a música fez POR ela pra permitir que hoje ela fale daquele ex que foi o motivo de tudo com humor e um desdenho sincero.
Eu me sinto nesse caminho. Eu poderia ter escrito um álbum, mas escrevi praticamente um blog inteiro. Também vale, exceto pela diferença gritante de que ele nunca vai saber da existência e nem vai se deparar com o blog bombando acessado por milhões e milhões de pessoas - só pra fazer uma analogia como o CD.

Eu tento ver o blog como uma pessoa qualquer veria e imagino que a autora é uma montanha russa de emoções e recaídas, chata pra cacete e que não consegue superar uma historinha curta. Só por desencargo de consciênca: é que eu só escrevo mesmo quando a montanha russa está no ponto mais baixo ou quando realmente as recaídas vêm, então, provavelmente, o teor do que vai ser lido aqui vai se ater a assuntos bastante sentimentais, exagerados, às vezes revoltados. É isso. O meu espaço. O meu lugar na calçada.

(Ps: Acabou de tocar Someone Like You)
Mas agora a música que encerra uma fase que eu ainda não sei exatamente qual é.

"Apague as luzes
Arrume a cama
Diminua essas vozes
Dentro da minha cabeça

(...)

Porque eu não posso fazer você me amar
Se você não me ama
Você não pode fazer seu coração sentir
Algo que ele não sente

Aqui no escuro
Nestas últimas horas
Eu entregarei meu coração
E vou sentir a força
Mas você não vai
Não, você não vai

Porque eu não posso fazer você me amar
Se você não me ama
Fecharei meus olhos
Então não verei
O amor que você não sente
Quando está me abraçando

Amanhã vai chegar
E eu vou fazer o que é certo
Apenas me dê até lá
Para eu desistir desta luta
E eu vou desistir dessa luta".


É basicamente a sensação de conformidade de uma vez por todas. A sensação de que eu não posso fazer nada pra mudar porra nenhuma. E, sim, eu juro, estou ok com isso. Cansei minha cabeça por muito tempo matutando se eu tinha mesmo feito tudo e, na boa, se isso existe, eu fiz mais do que tudo. Eu fiz 110%. Eu fui e posso ser a melhor mulher do mundo então foda-se. Grande perda... pra ele (Notaram a parte revoltada fluindo?!).
Chega então. Era isso. O teor das conversas dos últimos dias e outras conclusões diferentes das de hoje eu não sei se cabem em um post, então vou deixando. Só pra situar vocês a coisa é mais ou menos assim: toda vez que ela sai, ela jura que não sai nunca mais. É o que dá vontade de fazer, sinceramente. Pra se poupar de tanta bobagem, tanta gente idiota, tanto desgaste... Tá, Parei.



"Nevermind, I'll find someone like you".

9 de abr. de 2012

Sim, eu fui lembrar

Merda trinta vezes. Por que diabos eu fui lembrar. Fucking calendar!!!

Depois de todo esse tempo ainda tem coisa pra se dar conta. Especial como aquele dia não sei hein... Teve, mas não igual.

Rihanna no repeat só pra contar pra vocês que eu sinto falta de sentir alguma coisa. Me dá pena daquele lugar maravilhoso lá, e eu nunca mais podendo voltar do mesmo jeito. Igual, a mesma, não sozinha.



E ainda tive que postar isso do cel. Aff.
Boa Noite pra quem não lembrou de nada que não devesse ser lembrado.

Lembranças: atenham-se ao passado.

3 de abr. de 2012

Keep Runing

Eu só tenho medo que a vida passe e eu fique.

Ficar esperando o tempo certo das coisas ou forçar os acontecimentos. Sempre me dividi entre essas duas. Ora uma, ora outra. E nenhuma delas parece natural.
Deixar o tempo passar não é natural afinal, a gente tem uma vida só pra viver tudo que puder.
Forçar as coisas (ou seria atropelar?!) também não. Por que aí terminam as possibilidades boas que poderiam vir a surgir quando tudo estivesse no seu tempo.

Afinal, o que é "tudo no seu tempo"? E se meu tempo nunca estiver igual ao do outro? Se o tempo do outro nunca se encaixar no meu? São 7 bilhões... ok, boa sorte.



Eu só não esqueço que tem gente que espera a vida inteira.
Passou a vida, achou que seria amanhã, viveu na mediocridade, sem emoção, deixou os dias passarem.
Tem gente que espera a vida inteira.