27 de out. de 2015

Roubando textos

Não sei porquê

Hoje quando acordei, em meio a aquela bagunça acumulada de uma semana de noites mal dormidas, encontrei uma foto nossa jogada no chão.
Observando aquela foto por instantes, viajei pro dia em que a gente se conheceu, relembrando cada encontro, nos mínimos detalhes, e deixando escapar sorrisos incontroláveis, acompanhados de suspiros.
Incrível era o efeito do seu sorriso em mim, aquele que se fosse utilizado em uma guerra desarmaria o inimigo, aquele que transparecia todo aquele seu coração cheio de dúvidas e meias certezas.
No meio das lembranças, aquela da manhã em que eu fechei a porta e disse: Bom trabalho!
Não sei porque diabos ainda me preocupo com você.
Porque ainda guardo o canto do bolo, um vinho na geladeira, aqueles cookies (que eu nem como) pro café da manhã.
Não sei, mas ainda passo naquela esquina no mesmo horário, na esperança de ver você passar, ainda lembro de você todo fim de tarde quando chove, e quando não chove também.
Porque ainda escuto as mesmas músicas, uso aquela camiseta surrada que você pegou emprestada uma vez. Frequento os mesmos lugares. Ainda deito do outro lado da cama, esperando que você volte a ocupar o seu, mesmo já fazendo um mês que você se foi.
Aquelas fotos ainda estão na estante, ainda frequento suas redes sociais e reviro a casa toda procurando sinais que me façam acreditar que você realmente algum dia esteve ali, dividindo aqueles metros quadrados comigo.
Eu sei, mas espero aquele convite do jantar, aquela ligação me perguntando se estou em casa, ainda espero que entre por aquela porta, dizendo que aquele  "bom trabalho" estava errado e que voltou pra me dar mais um beijo.
Não sei porque ainda rego esperanças quase secas no meio desse deserto, deposito toda a minha fé na sua volta, que parece tão improvável.
Não sei porque não me disponho a te esquecer, não sei, mas insisto em insistir em você.


Adaptado de 'Alessandra'
De um blog que achei esses dias
Um blog que me faz um mal danado de verdades
Já estou parando de insistir, eu juro. Cada dia é mais um dia 'sóbria'
Eu devia ganhar moedas.

8 de out. de 2015

Oi

E só fico pensando que chegou quinta-feira
Então acabou a semana pra você, pra mim
Eu fiquei esperando o interfone gritar de segunda até hoje
E quando tocou era todo mundo menos o porteiro brincando comigo e com teu nome
Eu só queria que você quisesse
Que me surpreendesse
Que fosse diferente
E que essa fosse a vez de eu me provar suficiente
Talvez eu só tenha mesmo cumprido minha função de satisfazer a 'alma' masculina
Ontem vi o vídeo do Ed Sheeran que você indicou
Golpe baixo
Parece que sabia que em duas semanas eu ia estar na fossa
Ainda te quero
Volta?
Não posso nem pedir isso em voz alta
Mas volta?!



"I found your hair band on my bedroom floor
The only evidence that you've been here before"
Ouvindo U.N.I - Ed Sheeran

Queria que alguém ainda me lesse.




Tantos erros...

4 de out. de 2015

Insensatez

Você me permite ir, você me permite escolher, você é democrática, sensata, elegante, madura, equilibrada, não procura forçar sua opinião, impor sua vontade, você oferece espaço, aguarda, pede que eu reconheça seu valor, sai de perto para não pressionar, chora e sofre distante, recrimina o ciúme e me exclui.
Desculpa. Mas amor não é justiça, amor não é julgamento, amor não é consciência, amor não é controle.
Amor é um filho da p. da insistência, é manter-se perto, próximo, junto, grudado, até que o entendimento da vida estale.
Não é se afastar, não é facilitar o trabalho dos outros se afastando. Não é exigir que venha agora ou nada, que venha inteiro ou nada. Diante do extremismo, sempre ficaremos com nada.
Partilho da crença de que o provisório é tudo.
Pode vir pela metade, fragmentada, dividida, um terço de si, uma parcela, que eu aceito e completo. Eu lhe quero do jeito que der, do jeito que for.
Pode vir confusa, em crise, indecisa, ambígua, que logo unifico seus receios.
Não confio na saudade, confio na presença. A saudade só adoça o arrependimento.
Eu não saúdo a saudade. Eu dou a porta de saída para a saudade.
É com a convivência que vou mostrar que sou o melhor para seu temperamento, que sou também o pior, que sou o que espera, e sou também o que não espera, que sou sua alegria e também sua desordenada raiva, que sou seu encantamento e também sua decepção, que sou o centro de seus dias e também as margens de suas noites.
Não serei educado para deixá-la em paz. Nunca. Amor quando dói é mal-educado. Falarei excessivamente, farei sinais e gestos passionais, tremerei mais do que copo de morto - terá o que se lembrar de mim.
Não finja que deseja meu bem. Não há bem com a distância. Deseje meu mal, mas deseje que eu seja seu.
Aquele que é o nosso maior erro costuma ser o grande amor de nossa vida.


(Eu gostaria que fosse)

Fabrício Carpinejar
Ele fala por mim.