28 de jan. de 2014

Tempo de menos

Cabeça ocupada demais.
Pra coisas boas, pra outras coisas.
Sinto não vir mais aqui.
Mas também pergunto se remexer e remexer faz bem.
Os sentimentos andam quietos.
Me dá aquela saudade da paixão, do amor, da loucura.
Mas revivi lembranças no final de semana que me fizeram pensar: não, não quero mais.
Deu saudade e só.
Bateu aquela coisa 'devia ser eu', 'podia ser eu', 'eu encaixava ali'.
Mas logo passou.
Volta e meia o álcool me deixa triste - ou é alguma situação mesmo - não sei.
Aí corre uma lágrima ou duas, escondidas.
Tudo logo vai embora.
E o dia seguinte é outro dia.

Fato é que, enquanto não vier outro, o seu sorriso continua sendo meu preferido sim.
Mas do jeito que eu me lembro.
Por que só era lindo quando sorria pra mim.
E minha saudade reside aí.

Ponto final.
Beijos da Amy

9 de jan. de 2014

2014

Despedida – Rubem Braga

"E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo".




"- Sinto sua falta.
- Então sinta minha falta. e me mande amor e luz toda vez que pensar em mim. Depois esqueça. Não vai durar pra sempre, nada dura."




Resolvi vir postar pra inaugurar o ano (já era hora).
Sem comentários extras hoje.
Achei esse texto salvo aqui. Nem lembrava, é bonito.